Primeiro passo na programação tardia.

Victória Prandi.
2 min readJul 22, 2020

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Como eu me senti sendo uma mulher adentrando no mundo da tecnologia já com 23 anos, depois de ter trocado de faculdade?

Talvez eu tenha ficado levemente depressiva com a repentina mudança de rotina. Meu gato e meu videogame não saíram de perto de mim, mas no fim deu tudo certo. É que todo blog precisa de uma foto bonitinha, e eu achei essa minimamente aceitável.

“E agora, o que você vai fazer? 23 anos. Não tem uma graduação pronta. Você precisa correr atrás do prejuízo.”

Primeiro, eu não vejo como prejuízo. Ter feito quatro anos de Odontologia — mesmo que arrastados — me ensinaram muita coisa. Conheci pessoas incríveis que nunca teria me relacionado num dia-a-dia qualquer. E, principalmente, aprendi a lidar com os pacientes e ter empatia. Cada um tem sua história, e tu não é ninguém pra julgar a história alheia. À não ser que você seja a Emma Watson, porque ela pode tudo.

E como foi a jornada do primeiro semestre?

Acho que vou dividir em mais que um post sobre essa jornada. Mas num geral, foi inovadora. Estamos no meio de uma pandemia mundial, e eu não saio de casa desde… Março, eu acho. Tive que fazer toda a matéria EAD, mas tentei ir atrás de tudo. Num primeiro instante, precisei de: força de vontade, um caderno, caneta e um computador. E do meu irmão me ajudando na organização. (Obrigada, GTD.)

Depois de uma conversa com algumas pessoas, cheguei à uma conclusão inesperada. Ei, é sério… Não importa onde você fez sua graduação. Claro, a USP é renomada (e bem difícil, aliás)… Mas você tem que levar em consideração a acessibilidade. Eu, por exemplo, ia ser uma péssima profissional e formada pela USP. Alguém fez uma faculdade particular e é excelente no que faz. Uma coisa não exclui a outra. Você só precisa do diploma — qualquer que seja. Já vi biólogos sendo programadores, engenheiros, artistas plásticas… Grandes empresas não levam em consideração aonde foi sua formação, o importante é que ela exista e você saiba o que está fazendo! Não se culpe por não passar numa faculdade pública — nem todo mundo tem a condição e privilégio de conseguir estudar num cursinho (ou numa boa escola), ou até mesmo ter tempo de estudar em casa quando se precisa ajudar com as contas, ok?

Então, mesmo estando triste que desisti dessa faculdade, eu continuei. Esse foi meu primeiro passo. Porque no fundo, eu sei que vai dar certo.

O primeiro passo: A coragem. Largar tudo pra trás. Sem ressentimentos.

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Victória Prandi.

Vou tentar ser sucinta ao contar minha jornada até entrar na programação com vinte e três anos, tá bom? :D